Não sou um quadro de um vídeo. Sou uma vida. Tenho um nome. Tive pessoas que me amavam e uma vida de pequenas coisas ordinárias: uma chávena de café que nunca terminei, uma piada que contei ao meu irmão, uma rua que caminhava todos os dias. Fui arrastado para os meus joelhos com as mãos atadas atrás de mim, de costas para os homens que decidiram que tinham o direito de me acabar. Eles estavam de pé sobre nós e atiraram-nos em público para enviar uma mensagem. Eu me opus à crueldade que roubou tanto dos nossos bairros; falei quando pensei que um caminho diferente poderia salvar mais vidas, não menos. Por isso estou morto agora, mas meu apelo é simples: não deixem que minha morte se torne uma vitória para o assassinato. Esta execução não curará nada. Apenas multiplicará o sofrimento: mães que não dormirão, crianças que carregarão medo, comunidades que serão menos humanas por causa disso. Àqueles que aplaudiram ou justificaram este ato: perguntem a si mesmos o que ganharam. O poder tomado pelo terror é uma coisa vazia. Àqueles que podem agir: jornalistas, ativistas, amigos, qualquer um com uma voz - contem minha história. Exijam investigações, responsabilização e proteção dos civis. Ao mundo: isto não é um assunto interno a ser ignorado; é uma vida humana encerrada diante de uma câmera, e isso exige condenação. Lembrem-se de mim. Fale meu nome. Condenem o assassinato. Exijam que aqueles que governam pelo medo sejam responsabilizados.