Nos primeiros minutos de conversa sobre mercados com alguém, geralmente é possível perceber se essa pessoa realmente entende o que constitui uma verdadeira vantagem no trading ou se sua percepção está ofuscada por sinais e indicadores que não são estatisticamente relevantes. Neste aplicativo, é comum ver pessoas encantadas com certos fatores ou ferramentas técnicas que na verdade não demonstram vantagem ou geram alpha. Um ótimo exemplo vem de John Arnold, amplamente considerado um dos traders de energia mais bem-sucedidos da história dos mercados de capitais. Após deixar a Enron, ele lançou seu fundo de hedge com cerca de 8 milhões de dólares em capital. Nos primeiros meses, ele estava supostamente com um retorno de cerca de 150%. Por quê? Após o escândalo da Enron, muitos participantes dos mercados de gás natural recuaram por medo, deixando ineficiências em alguns dos nichos que geralmente eram explorados. Arnold reconheceu essas deslocalizações, entendeu os jogadores e alocou capital agressivamente em oportunidades que outros estavam relutantes em tocar. Não foi o produto de um modelo de 20 fatores ou de algum processo estocástico complexo, foi a capacidade de ler o ecossistema, identificar como o medo havia mudado a paisagem e capitalizar sobre coisas que outros haviam abandonado diante do medo. É assim que o trading funciona, e esse é o tipo de coisa que impulsiona a vantagem. Seja você negociando derivativos ou uma garrafa de água, as dinâmicas de oferta e demanda sempre impulsionarão o preço. Que é, em última análise, a única coisa que importa.